Neste sábado (27) de fevereiro se comemora o dia nacional do graffiti, essa data deu-se origem nacionalmente como homenagem a partir do dia 27 de março de 1988, pela ocasião do aniversário de um ano da morte do grande nome do graffiti Alex Vallauri, o principal percursor do graffiti no Brasil.
Diferente do que muitos leigos no assunto pensam o Graffiti é a escrita feita com aerosol, usando suportes urbanos pra sua prática como muros, paredes, fachadas e vagões de trens, sempre procurando um lugar mais desafiador que o outro como forma de expressão, feitas com diversas técnicas e cores assim se diferenciando da pichação.
O Graffiti surgiu na França a partir do movimento contra-cultural que se deu inicio a uma série de manifestações. Mais só algum tempo depois em Nova York gangs começaram a usar o mesmo tipo de escrita para demarcarem seus territórios que era usado no tráfico de drogas.
Porém o termo graffiti/graffito é muito antigo, de origem italiana que significava "arranhar", pois desde a idade média eram usadas as escrituras em paredes.
A partir do momento que o graffiti é feito sem autorização se torna ilegal, por estar agredindo ou depredando um espaço público ou privado. Mas isso não serve somente para o Graffiti, outros tipos de comunicação visual também podem ser consideradas ilegais desde que não seja autorizada pelo órgão responsável, no caso a fiscalização em cada localidade, sendo assim o Graffiti autorizado não é ilegal.
Conversamos com um graffiteiro de Uberlândia/MG, para saber mais sobre essa cultura da arte urbana que faz parte dos quatro elementos do movimento hip hop que são: Djs, Mc’s, Break e o Graffiti.
Wesley Jesus da Silva, conhecido pela sua tag (assinatura dos graffiteiros) “Undef”, é graffiteiro há sete anos, está no termo King no graffiti, o único do triângulo com reconhecimento a nível nacional, faz parte de um grupo de graffiteiros formado em Belo Horizonte chamado “Medo Crew”, que tem a formação atual de sete graffiteiros: Anderson, Wesley, Ghads, Rase, Carbono, Mone e Bess.
Wesley falou alguns termos e gírias existentes entre os graffiteiros, são elas as mais conhecidas:
Bomb - letras gordinhas geralmente feitas sem autorização.
Wild style - estilo selvagem.
Top to bottom - quando se pinta um lado todo de um vagão.
Piece - são as peças do graffiti.
Toy - graffiteiro que copia, sem estilo, iniciante.
King - o rei, o mais considerado entre os graffiteiros, que já tem um respeito, pelo estilo ou pelo tempo dedicado ao graffiti.
Legend - Lenda é o auge da carreira do graffiteiro, o status maior do reconhecimento entre os graffiteiros.
Também nos contou que não só a população em geral ainda tem a visão do graffiti como uma pichação. “Existe tal conflito até mesmo dentro do graffiti, pois ele ainda não perdeu sua essência de ilegalidade, e para alguns ainda se confunde com pichação, mas ao mesmo tempo está dentro das galerias de arte, e é tido como arte visual” diz Undef. E ainda ressalta, que as tags têm grande semelhança com a pichação e que a pichação é a mãe do graffiti, mas os pichadores carregam consigo uma ideologia um estilo de vida que não morreu com o passar dos tempos.
Wesley já fez a prática do graffiti em várias localidades nacionais como: SP, ES, GO, BH e varias cidades vizinhas do estado mineiro.
Agradecemos à entrevista e nós da CUFA Sinop parabenizamos a todos os graffiteiros, desejando sucesso a todos vocês que trazem o colorido as nossas cidades através da arte urbana.
Por Lívia Kriuka.